sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A RECONQUISTA DA DIGNIDADE USURPADA

Através dos tempos, a história tem mostrado que, além da peculiar ojeriza que desenvolvem pelas classes mais humildes, uma razão prática leva os dominadores absolutistas a manter os explorados na eterna condição de subalternidade. Temem que qualquer valorização do ser humano possa ameaçar-lhes a vida nababesca e não fazem qualquer concessão que implique menor sinal de respeito àqueles que estão em estratos sociais inferiores.
Uma das razões da crueldade a que foram submetidos os primitivos cristãos estava nos princípios de igualdade pregados por Jesus. Sobretudo para os orgulhosos romanos, um escravo considerar-se na mesma condição do seu senhor era uma espécie de subversão ao status quo.
Os cristãos só conseguiram ser aceitos a partir do terceiro século, com a criação de castas sacerdotais que exerceriam também domínios plenos. Fenômenos sociais que foram parcialmente ofuscados na poeira do tempo, porém jamais apagados de uma vez por todas da história universal. 
Em termos contemporâneos, alguns dos que se consideram senhores absolutos dominam os mais fracos com o peso de seus artefatos nucleares. As bombas atômicas que os Estados Unidos explodiram sobre Hiroshima e Nagasaki expressam a forma encontrada pelos americanos de dobrar a resistência japonesa. Mas serviram também como um recado para o resto do Mundo de que, a partir dali, a Terra, pelo menos em termos de poderio militar, estaria sob nova autoridade.
E tome opressão sob as mais variadas formas, com a anuência covarde de falsos estadistas dos outros continentes.
A hegemonia de uma potência na esfera planetária não inibiu a formação de pequenas e fortes oligarquias ao redor do globo. Aqui no Maranhão, há cerca de 65 anos, o Estado é dominado por senhores feudais que a si atribuem o direito de decidir sobre a vida e a morte da população submissa diante da força do poder e da riqueza.
Primeiro, o mando vitorinista que se esfacelou quando a  população deu um basta, através das Oposições Coligadas. A partir de meados da década de 60, traindo a confiança que recebera dos conterrâneos, um jovem político, José Sarney, fincou a bandeira da libertação sob o compromisso de edificar o “Maranhão Novo”.
A exemplo dos demais domínios colonialistas, o atual, que se aproxima de meio século, apesar das falsas juras em contrário – tem idêntica aversão pelos pobres. Basta dar uma olhada no que já fez ou deixou de fazer para se ter uma confirmação disto.
Antes dele, o Maranhão era o segundo Estado em produção de arroz do País, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul. E auto-suficiente em muitos outros gêneros alimentícios de origem agrícola.
Com a política fundiária que implantou, as terras mais férteis foram transferidas para poderosos grupos econômicos e o interior maranhense transformou-se em enorme pasto para o gado dos fazendeiros alienígenas e imensas áreas propícias (sobretudo) à cultura de soja, que enche os olhos e a conta bancária dos mega-empresários do agronegócio.
Expulsos de suas pequenas propriedades ou posses em terras devolutas, quando não sumariamente executados por pistoleiros de aluguel, nossos agricultores familiares passaram a ser alvos preferidos dos “gatos”, indivíduos inescrupulosos que os levam para trabalhar como escravos em vários estados do Norte, do Centro-Oeste, do Sudeste e, recentemente, por mais incrível que pareça, do próprio Nordeste.
Os que se recusaram e resistiram, foram tentar a vida nas cidades grandes. Sem qualificação profissional, subsistem relegados à exclusão, à miséria, reféns da promiscuidade e da violência que imperam nas periferias das metrópoles.
Há poucas décadas, o Maranhão acolhia generosamente brasileiros de todas as regiões do País, de modo especial os irmãos do semi-árido nordestino expulsos pelas secas.
Leviandades como estas sempre alimentaram os mandatários truculentos e, em nosso caso particular, a última oligarquia. Enquanto isso, nossa gente, paupérrima, desempregada, sem instrução, depende de um destino diferente para sobreviver. Já a dinastia vive na bonança, esbanjando carros, aviões modernos, mansões e até ilhas.
Desfilam pelas colunas sociais em festas que agridem a realidade humilhante a que submeteram os maranhenses e os que escolheram esta terra abençoada pela natureza para nela trabalhar e viver com dignidade. Não bastando, utilizam um sistema de comunicação antiético na essência, para tentar fazer a lavagem cerebral das suas próprias vítimas, transmitindo para todo o Estado, durante 24 horas, mentiras sobre os seus “feitos”. Além de calúnias, injúrias e difamações contra os adversários... A estes exercícios de delinquência somem-se chantagem, ameaças de morte e apologia ao crime.


GESTÕES TEMERÁRIAS

            ...Os efeitos resultantes de repetidas gestões temerárias, nos três níveis de governo, são incalculáveis. Durante as próximas décadas, os brasileiros (os maranhenses e são-luisenses de modo particular) ainda vão ter que trabalhar muito para honrar o estratosférico endividamento e os assaltos perpetrados contra o erário...


            A RECONQUISTA DA DIGNIDADE

...Na Europa do pós-guerra, as nações destroçadas pela mente doentia de tiranos megalomaníacos e desalmados reconquistaram a dignidade com “sangue, suor, sacrifício e lágrimas”. Temos que vencer, em nossas plagas, as consequências de mandonismos espúrios.  De práticas danosas, algumas vezes determinadas pela insanidade de egocêntricos doentios...

O FIM DOS DESATINOS

...Que o bonde da história nos livre dos desatinos causados por agentes públicos reféns de vaidades exacerbadas (quase sempre de quem se julga superior, “especial”) e não passam de pusilânimes, imaginando-se “superiores”, acima do bem e do mal. Felizmente, a contagem regressiva já está em curso...

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