quinta-feira, 9 de setembro de 2010

EXIGÊNCIA DAS SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS

RENOVAÇÃO DE VALORES E LIDERANÇAS:




O Maranhão, todos sabemos, é um Estado potencialmente muito rico, mas, conforme uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, 68, 42% dos maranhenses vivem com menos de 100 reais por mês. Se com R$ 510,00, o salário-mínimo do País, uma família constituída de cinco pessoas precisa fazer mil malabarismos para sobreviver, imagine-se com a quinta parte do piso mínimo oficial! E isto acontecia exatamente quando os poderosos de plantão mandavam apregoar pelo Brasil que aqui vivíamos “um novo tempo”.

No ranking dos Estados com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) o Maranhão na década de 1990 estava em penúltimo lugar, perdendo apenas para Alagoas. E, entre os 100 municípios mais pobres do Brasil, 83 estavam encravados neste Estado que se ombreava aos países mais miseráveis do planeta, como Etiópia, Congo, Gana, Quênia, Camarões e Namíbia. E, apesar de alguns avanços observados já neste século, o quadro não mudou de forma muito significativa.

Os números de organismos oficiais, e por isto mesmo isentos no tocante à política local, mostram o processo de aniquilamento da população maranhense, através da fome, da falta de assistência médica, de educação de qualidade e de trabalho digno.

Transformar esta realidade humilhante é uma batalha árdua, porque, à medida que se nega à população os benefícios de políticas públicas importantes para o desenvolvimento, uma pequena minoria locupleta-se dos recursos oficiais, na desmedida ambição por mais riqueza e poder.

Maniqueísmo à parte,vou permanecer ao lado dos conterrâneos sofridos, confiante de que, com o bonde da história passando em outubro próximo, quem deseja participar efetivamente da libertação definitiva do nosso Estado e dos maranhenses, não vai perdê-lo. A consciência cívica exige que sejamos parceiros, sujeitos ativos no processo de consolidação dessa memorável conquista.

É preciso que todos nós saibamos discernir o joio do trigo, não permitindo que os problemas acumulados ao longo do tempo sejam utilizados em proveito de políticos inescrupulosos que devem ser repelidos por todos os males causados ao Maranhão e sua gente. Mudanças nas práticas políticas e administrativas retrógradas, além da renovação de valores e lideranças são exigências históricas das sociedades democráticas.



TRANSFORMAR É PRECISO (1) (*)



“A política brasileira sofre, através do tempo, desgastes sucessivos, principalmente em razão dos mensalões, sanguessugas e vampiros que se alimentam com o dinheiro público. Desviam-se as verbas que deveriam ser destinadas à educação, saúde, infra-estrutura, assistência social e demais políticas de atendimento à população, estimulando a geração de emprego e renda. Por isso, é necessário que haja uma renovação na política nacional. Que pessoas efetivamente vocacionadas e idealistas surjam com o compromisso e a determinação de lutar e mudar a cara do Maranhão e do Brasil...



TRANSFORMAR É PRECISO (2) (*)



...É necessário que se resista à longa dominação de grupos sobre o Maranhão, tendo como principais consequências o atraso e a miséria de sua população. Que se estabeleça um posicionamento firme contra essa situação deplorável a que o Estado foi submetido, disputando a lanterna em todos índices econômicos e sociais...



PRIORIDADE PARA O MEIO AMBIENTE (*)



...É imprescindível que se mantenham as conquistas e ocorram avanços na luta em favor do meio ambiente e dos recursos naturais. Por exemplo: dando sequência à revitalização do Parque Ambiental do Itapiracó, cinturão verde situado entre os bairros do Cohatrac e Turu; do Parque Estadual do Mirador, onde nasce o rio Itapecuru, responsável pelo abastecimento de mais de 50 municípios maranhenses (entre eles a capital) e que havia sido literalmente abandonado na década de 1990; em ações eficazes no Parque Estadual Bacanga, que é responsável por 20% do abastecimento de água para São Luís; na preservação da Estação Ecológica do Rangedor, localizada entre os bairros Calhau e Cohafuma; na bacia do Rio Munim, assegurando o maior controle da qualidade das águas, assim como a preservação do rio por meio da participação conjunta das esferas de governo e da sociedade civil.”



(*) OTHELINO NETO é jornalista e ambientalista (Trechos extraídos do livro O POLVO).

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