quinta-feira, 28 de outubro de 2010

VELHO COMBATENTE NOVA, NOVO! (*) (**)

Tenho escrito esta coluna nas últimas três semanas, descrevendo a realidade sócio-política estadual e nacional, com uma grande dose de pânico, por substituir interinamente um dos maiores nomes do jornalismo maranhense. E uma pequena pitada de vaidade pelo mesmo motivo.
Enquanto esteve ausente em função de seu tratamento de saúde o grande guerreiro Othelino Filho, pai exemplar, esposo apaixonado, escritor destemido, político ousado, socialista apaixonado (ainda se dando ao luxo de ser um cristão legítimo, como bom cearense que é) não cessou de ser mestre, não cessou de dar exemplo.
É incrível como para algumas pessoas a dor traz lições; o sofrimento fortaleza e as derrotas (que são derrotas apenas para nós, mortais) trazem novos sonhos e novas forças para lutar. Othelino é desses homens que forçados ao limite provam a todos de que matéria são feitos; dessas almas raras que se elevam acima da normalidade e da vulgaridade, da piedade que o comum pede, da complacência que o simples necessita. Ele é o combatente sempre novo, que respeitado por suas tropas, agora em idade e patente de “Oficial Superior”, exibe suas medalhas, que são suas feridas, com o orgulho legítimo de quem as obteve em combate; as adquiriu em batalha, não na covardia de uma retaguarda, nem no gabinete de um Governador ou de um Prefeito, como menino de recados.
Caluniado, atingido, traído e agredido, muitas vezes fisicamente por seus adversários, ele traz estas cicatrizes, algumas em sua pele, outras em sua alma. Cicatrizes que não o tornaram mal como os que contra ele se batem; marcas que não o estigmatizaram como Caim, o homem mal. Tampouco como um santo, antes disso, um homem real, de carne e osso que soube superar suas dores e transformá-las em bênçãos para os que o seguem e temor para os que o enfrentam.
Tendo perdido seu pai, Othelino Nova Alves, brutalmente assassinado, nos trágicos anos em que José Sarney era governador do Estado decidiu então se fazer grande, não por vaidade, mas por hombridade. Juntou do chão a bandeira caída, e ainda manchada do sangue daquele justo e fez dela seu estandarte. Crescendo como jornalista, advogado e defensor da justiça nas tribunas que lhe fossem cedidas.
Tendo-lhe sido tomada a certa eleição para Vereador da Capital, onde juntos dele, no legítimo MDB militavam grandes nomes de nossa política, ergueu-se mais como articulador, orador e eterno jovem militante de uma esquerda há muito perdida e hoje sepultada entre a cova do sectarismo e o mausoléu do oportunismo petista.
Othelino viveu grandes vitórias, e está sempre pronto a recordá-las na varanda de sua casa ou em qualquer reunião de amigos que participe, entre elas as vitórias de Jackson Lago, compadre e amigo de longa data, seus três mandatos de Prefeito de São Luís e sua ascensão ao governo do Estado do Maranhão, legitimamente posto pelo povo e acintosamente retirado por uma decisão judiciária esdrúxula e cínica. A eleição de João Castelo para prefeito de São Luís, entre outras.
Viu também seu filho Othelino Neto, outro colaborador desta coluna, ser o 35º Deputado Estadual mais votado de seu Estado neste último pleito (quando se elegem 42). Grande vitória nas urnas que, ainda que não tenha lhe valido de pronto a cadeira da Assembléia, assegurou- lhe perpetuamente a condição de líder estadual, referência em renovação dos quadros políticos e grande nome em políticas públicas, sobretudo de meio ambiente e recursos hídricos, além de grande articulador das oposições maranhenses. E, junto a isto, a primeira suplência em uma promissora coligação oposicionista, cheia de jovens idealistas iguais a ele.
Após o pleito, como era previsto, este velho combatente retirou-se temporariamente para cuidar de sua saúde e repor as forças, medida exigida pelos seus divertículos, suas oito pontes de safena, mamária e radial, aos sessenta anos de idade.
E quem era este homem que emergia do hospital, depois de uma crise hipertensiva e uma hemorragia gastrintestinal severas que o manteve por cinco dias na UTI do São Domingos? Com o filho sem o esperado mandato, a família preocupada com sua saúde gravemente comprometida, os amigos ansiosos por sua volta, os médicos cheio de expectativas? Quem era este Othelino emergindo daquela situação tão ameaçadora? Um homem cansado? Um velho sessentão com netos para acariciar? Teríamos que pedir silêncio em homenagem a um “ex-combatente”? E venerar-lhe talvez o último sono?
Não! Deus e os que por ele oraram deram-lhe novas forças para reagir. Certamente para manter-se vivo e atuante NA LIÇA. E continuar sendo o que sempre foi. Porém, melhorado pelas experiências recentes, reforçado na forja da luta, forjado na luta dos bravos resistentes!
O grande articulador, balaio, co-libertador do Maranhão, o escritor, o formador de opinião, o historiador (ainda que não admita tamanhas responsabilidades). Ele é o homem que atinge a terceira idade com o espírito revolucionário, como se tivesse no vigor mais pleno da juventude ousada, contestadora, cheio de idéias e ideais. Com a mesma postura de quem foi preso no início dos anos setenta pelo “tiro de guerra” durante a tirania ditatorial em Pedreiras-Maranhão, por atividade subversiva, conduzido para Fortaleza, sede da 10ª Região Militar, enquadrado em dois artigos da famigerada Lei de Segurança Nacional e, finalmente, absolvido. É o que sempre será, o que sua natureza lhe pede que seja: O grande Idealista.
Othelino está de volta, à sua coluna, à sua tribuna, à sua luta, ao seu jornal do coração, ao Órgão das Multidões, que o mestre Ribamar Bogéa (e sua família), em parceria com outros heróis da imprensa livre legaram à causa libertária do Maranhão.
Com novidades sobre as nossas oposições que certamente irão trazer luzes sobre as futuras eleições, municipais e gerais, respectivamente em 2012 e 2014.
Novos horizontes se abrem. Novas informações chegam, o velho Nova retorna já no domingo que vem!
EXEMPLO DA HISTÓRIA I
Segundo Suetônio e Dião Cássio (respectivamente escritor e historiador romanos), o povo de Roma celebrou a morte de Nero. Isso nos faz pensar em que tipo de líderes temos seguido, ou pior, que tipo de homens e mulheres temos sido. Os que serão lembrados por sua vida ou celebrados por sua morte?
EXEMPLO DA HISTÓRIA II
Sobre Napoleão que, em seu tempo, foi deificado por uns e execrado por outros, o que se tem a dizer é: suas tiranias não deixaram saudade. Seu regime foi suplantado pela modernidade e por ideais mais nobres. E seu planejamento de sucessão imperial, tal qual no Maranhão, não passou de esperança idílica, nunca realizada.
A VOLTA DO NOVO
Conforme previsto e possibilitado pela recuperação animadora, Raimundo Nonato Othelino Filho Parente Alves reassume a sua “pena”, que é a sua espada, para ajudar a reconstituir a nova frente de libertação, reforçada por novas lideranças, na certeza de tirar o sono e o fôlego de muitos autocratas de plantão.

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