quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Firmeza de caráter é abrir mão do que se quer em favor do que é certo!

Já dizia o jornalista Paulo Francis: “Toda pessoa inteligente muda de opinião” e, no caso do Maranhão, essas palavras nunca foram mais sábias e melhor aplicadas, haja vista termos, por infinitos anos, experimentado um modelo de Oposição X Oligarquia que, no final das contas, nos permitiu vencer algumas batalhas, mas nunca a grande guerra.

Chegamos a um momento de nossa história em que ou mudamos nossa forma de pensar ou perpetuaremos a “Oligarquia da Serpente”. E garantiremos que este engodo vendido na porta do Palácio do Planalto a tantos Governos seja novamente comprado.

Não é novidade para ninguém que o clã-oligárquico seja sempre um ser governista ortodoxo, seja qual for a ortodoxia em voga. De libertadores do Vitorinismo à tirania despótica não demorou muito. De lambedores de coturnos à neo-republicanos, a mesma coisa. E assim neoliberais se travestiram de trabalhistas.

Não é novidade que seja quem for eleito Presidente de nossa República, o primeiro rosto que verá em sua porta no dia 02 de Janeiro será a de um bigodudo maranhense, de sotaque afetado, fracas alegações e piegas conjecturas, com uma cuia na mão dizendo:
- Eu gostaria de falar com Vossa Excelência!

A eles, e não a nós, interessa o continuísmo, interessa a mesmice também no nosso modo de pensar. A nós interessa a mudança verdadeira, a reforma profunda!

É tempo de entendermos que precisamos vigiar cada nomeação do judiciário, cada dança de cadeiras do legislativo; precisamos encampar cada iniciativa popular legítima. Precisamos resgatar a credibilidade de nossas Instituições desgastadas por nosso próprio ceticismo e comodismo. Precisamos antes de tudo resgatar o nosso próprio senso crítico.

Este sectarismo que marca nossas esquerdas, ou pseudo-esquerdas; este pedantismo de nossas elites direitistas. Não é tempo para isso! Temos que entender todos nós, homens e mulheres de bem desta nação chamada Maranhão que não importa qual grande sejam nossas idéias, quão nobres nossos quereres, é preciso abrir mão do que se quer em favor do que é certo.

Dói-me o coração ver a juventude em campanha pelo voto nulo, quando ainda há tanto o que ser feito; quando ainda temos um Presidente a ser eleito, uma escolha a ser feita, que se para alguns seria uma disputa entre o ruim e o pior, para nós ainda é uma luta de libertação.

Não é tempo desta deposição de armas representada pelo voto nulo, e sim, tempo de nos entrincheirar em nossos valores e munir-nos de nossos ideais em favor de um Estado melhor.

Cabe aos líderes maranhenses, de todos os Partidos que amam este Estado mais do que os próprios bolsos, que querem bem a esta gente mais do que às “boquinhas” que podem receber, clarear a própria mente e ajudar assim nosso povo, com este questionamento:
Firmeza de caráter é abrir mão do que se quer em favor do que é certo!

Pergunto: Devemos manter no Poder Executivo Federal, instância máxima de nossa democracia em solidificação, uma força que galga o poder como socialista, mas tem como bengala os mesmos velhos oligarcas que escravizaram, mataram e vilipendiaram nossos pais?

Devemos continuar aceitando a completa e vergonhosa “rifa” de nosso Estado do Maranhão em favor de uma governabilidade que para nós de nada serve? Pois dela nunca provamos os frutos e nunca o provaremos.

Acredito, que o “Não” que responde esta pergunta é o mais retórico que já pedi em toda minha vida.
UM CORPO QUE CAI
Diante de nós uma eleição presidencial onde duas forças, muito homogêneas em suas políticas e discrepantes em sua coerência: Enquanto tucanos e “socialistas” se medem em aberta e patética batalha semântica que de nada serve para esclarecer a verdade por trás de cada proposta; as verdadeiras questões são relegadas a segundo plano, pois isso parece mais interessante à cada candidato, sobretudo à “despencante” candidata da situação.

DOM QUIXOTE: POR AMOR ÀS CAUSAS PERDIDAS
Talvez para nossos nobres radicais a revolução armada seja a única revolução que há. Mas, como enlevarmos nossos espíritos em discursos raivosos? Como elevarmos nossa luta aos sábios e trazê-la de volta a todas as classes de forma compreensível aos simples e aceitável aos pacíficos? Esta é a questão! Sermos nobres a ponto de abdicar do “Eu” em favor do “Nós”. Da “Minha Causa” em favor da “Nossa Vida”. Sinto saudade de um tempo em que as lutas sociais se cumpriam com a parceria do povo e pelo bem-comum. E não pela manutenção de um Partido no poder ou de um grupo no poder. Ao que eu lembre, quem fazia isso era Hitler.

UM GOVERNO E SUAS NUANÇAS
Aliando-se ao mandonismo pervertido e sádico que hoje governa este Estado, o Presidente e sua candidata nos leva a questionar irrevogavelmente:
- Vale à pena singularidades emblemáticas de um presidente operário e uma presidente anônima se o preço que pagamos por esse teatro-dos-vampiros é a vida, a liberdade e a dignidade dos mais pobres? Não Acredito que um líder que ame tanto seu partido, que louve tanto seus ideais, mesmo em detrimento de seu povo, mereça o título de legítimo.

(*) Fabiano Soares (redator interino).

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