segunda-feira, 11 de outubro de 2010

E o Maranhão nesta História?

Manter a fé e a esperança em um futuro para as gerações seguintes, em nosso Estado, tem exigido mais do que um mero exercício de espiritualização ou de determinação. Significa realmente um grande esforço. Mas, crédulo como somos, forte como nos forjamos e confiantes como nos formamos, sabemos que nada de irrecuperável foi perdido neste recente pleito. É bem verdade que muito há que ser feito, e com urgência.
As publicadas, e não poucas, denúncias de mau uso do erário, da “Maquina do Estado” serão avaliadas pelo judiciário, Esperar do judiciário o fiel e imparcial cumprimento de suas atribuições constitucionais já é um caso à parte em nossos dias. E de fato essas decisões vêm dando frio em nossas barrigas em anos e episódios recentes.
Nossos paladinos utilizaram todas as tribunas, palanques, púlpitos e microfones disponíveis para que a desmesurada exploração dos apetrechos do Estado se tornasse de conhecimento público e fossem encaminhados aos órgãos competentes de controle de tais desmandos. Basta lembrar, entre outras, as denúncias do eternamente valente Aderson Lago sobre a utilização do Campus da UEMA; além de contas de água e energia a serem pagas por comitês políticos, notas de combustível distribuídas em carreatas e outras ações inerentes à este “modus operandi” da antiga e antiquada política maranhense, contra a qual lutamos. Tudo isso será avaliado pela justiça, e, esperamos nós, de acordo com a lei e atendendo ao interesse público.
Mas é a partir destes fatos que me pergunto como cidadão: E o Maranhão nesta história? Aflora-me à memória a antiga música de Luís Gonzaga, e imagino que vamos terminar o ano perguntando a mesma coisa: “setembro passou, outubro e novembro, já ‘tamo’ em dezembro, meu Deus que é de nós?”.
Enquanto os demais Estados da Federação evoluem em seus processos democráticos e na renovação política de seus cenários, nós ainda continuamos presos a grilhões invisíveis; atrelados em um complexo, mas não frágil sistema de poder, Os ricos Estados de São Paulo e Minas Gerais, ou mesmo os mais empobrecidos (iguais ao nosso, embora potencialmente o Maranhão seja tão rico) como o Rio Grande do Norte e Alagoas (que relegou o Ex Presidente da República Fernando Collor a um humilhante terceiro lugar), nós, aqui, ainda mantivemos, por algum tempo, mais cruel, nocivo e longo mandonismo da história brasileira. E não se diga que prevaleceu a democracia, quando são notórias as práticas oligárquicas.
Uma pirâmide bem estabelecida com um homem que se vê como um semideus em seu topo. Um polvo, como descreveu meu mestre Othelino, que estende seus tentáculos em tudo, e a tudo tenta abarcar.
No setor privado, no comércio, no mercado imobiliário, nas grandes empresas; já nas comunicações pode até mesmo bater no peito e dizer “sou o dono do Mar-anhão”. Salvem-se e ressalvem-se as nobres lutas de “Jornais Pequenos”, de “Grandes Jornalista”, o que se vê, por exemplo, é um imenso hiato entre a vida real do bairro da Ilhinha e seus ricos vizinhos do sistema mentira.
Na vida pública e nos cargos públicos, a fome deste monstro é mais voraz do que se possa descrever. Avança sem a menor cerimônia sobre o legislativo e nenhum pudor sobre o judiciário. Mas onde de fato quer chegar é no executivo; é para onde estão voltados seus olhos: Os orçamentos!
Precisamos recolocar nossa gente à frente de seu tempo, no justo lugar que nos reservou o destino, de Atenas Brasileira, de Seleiro-Mor, de Farol da Liberdade.

O MARANHÃO E A VERDADE
Porém, mais importante, neste momento que o resultado das urnas, não gerado no seio de um povo, mas nas ilhas de seus próprios inimigos, mais importante ainda que a repetida pergunta: E o Maranhão nesta história? É a certa e firme resposta dada pelo tempo dá aos que dele desdenham.
A vitória pertence aos que andam com a verdade e nela baseiam seus atos!

E O MARANHÃO NESTA HISTÓRIA?
E é por tudo isso, descrito neste artigo, que chegamos a este ponto de nos perguntar: E o Maranhão nesta história? Vivemos na vazante desta enchente. As denúncias acima citadas são uma prova disto, em um Estado Democrático e Republicano de Direito, isso chega a ser ultrajante. Viveremos, assim, eternamente relegados à subordinação a um pequeno grupo dominante? Não creio!

 A MÚTUA INDIFERENÇA ENTRE UM POVO E SEU GOVERNO
Que a governadora (em seu mandato semi-biônico) se reeleja insultando a independência dos estudantes da Universidade Estadual do Maranhão, e a dignidade desta Instituição, já é por si só uma prova da indiferença deste governo por seu povo. Mas, aceitar que isto não seja levado a justa apuração nas justas instâncias me causa ainda pior mal-estar, por ser a prova da indiferença do povo pelo seu governo.

(*) Fabiano Soares (redator interino).

(**) A Coluna está disponível no BLOG DO OTHELINO: www.blogdoothelino.blogspot.com e no Blog Crônicas do Fabiano Soares www.saoluis-maranhao.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário